-
Página Inicial
- Bionorte
- Notícias da Bionorte
Congresso de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia e I Simpósio Internacional da Bionorte reuniram mil participantes em Cuiabá
O III Congresso Brasileiro de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia (CBBB 2025) e o I Simpósio Internacional da Bionorte chegaram ao fim na última sexta-feira, 5 de setembro, em Cuiabá (MT). Ao longo de cinco dias, o evento recebeu cerca de mil participantes entre estudantes, pesquisadores e profissionais da área, consolidando-se como um espaço de troca de experiências, vitrine de inovações e ponto de encontro entre a ciência amazônica e a sociedade. Além de mesas-redondas e apresentações científicas, o congresso abriu caminho para contatos institucionais e novas colaborações acadêmicas e tecnológicas.
Entre os destaques esteve a discussão sobre o potencial da biodiversidade amazônica para o desenvolvimento de novos medicamentos, especialmente antibióticos e formulações. O pesquisador Cleydson Breno Rodrigues dos Santos, da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), ressaltou a busca por compostos ativos extraídos da floresta, capazes de atender à crescente demanda por alternativas frente à resistência bacteriana. O debate mostrou que a Amazônia é um verdadeiro laboratório natural, com possibilidades de gerar patentes e fortalecer a biotecnologia brasileira.
Outro tema central foi a valorização de espécies nativas ainda pouco exploradas, como a tatajuba (Bagassa guianensis). A árvore, uma das dez madeireiras mais conhecidas da região, foi apresentada pelo pesquisador Wandson Souza como um recurso estratégico para a economia sustentável. Seus usos potenciais incluem a produção de celulose, antioxidantes e insumos para a indústria de cosméticos. A palestra ressaltou a importância de alinhar conservação florestal e inovação tecnológica, ampliando o conhecimento sobre espécies que podem agregar valor econômico sem esgotar os recursos naturais.
O congresso também deu espaço para o empreendedorismo científico, com destaque para a AeroRiver, startup criada por engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). A empresa desenvolveu um veículo voltado a superar os desafios logísticos da Amazônia, oferecendo uma alternativa mais rápida e eficiente em termos de custos e consumo de combustível. Participante do Programa Sinergia da Jornada Amazônia, a startup aperfeiçoou seu modelo de negócios durante as mentorias, atraindo atenção de investidores interessados em soluções inovadoras para a região.
Outro momento importante foi a realização das Vitrines Tecnológicas da Rede Bionorte, que permitiram a apresentação de pesquisas aplicadas e aproximaram os pesquisadores de setores produtivos e da sociedade. A vitrine funcionou como um espaço de diálogo e inovação, e encerrou com a premiação de cinco trabalhos de destaque, reconhecidos pela originalidade, relevância científica e potencial de impacto social.
A avaliação dos participantes reforçou o papel do congresso como ponto de encontro e inspiração. “Foi uma experiência única poder conhecer outras pesquisas e apresentar meu trabalho. O congresso é um espaço que nos motiva a seguir em frente e mostra que estamos no caminho certo”, destacou uma estudante que participou pela primeira vez do evento. A estudante Kátia Rubio, da Universidade Federal do Mato Grosso, também ressaltou a importância do encontro: “O evento foi super enriquecedor, com palestras e minicursos incríveis. De uma valia gigantesca para o nosso conhecimento e para a integração das nossas pesquisas, com iniciação científica”.
Para o professor Sandro Percário, coordenador geral da Rede Bionorte, o congresso reafirmou a importância da ciência amazônica diante dos desafios atuais. “Este encontro simboliza a força da nossa rede, que une pesquisadores de nove estados da Amazônia Legal e projeta a produção científica da região para o Brasil e o mundo. Conseguimos reunir mil pessoas em Cuiabá, consolidando a interdisciplinaridade e mostrando que é possível transformar conhecimento em soluções para a sociedade”, afirmou.
Além dos temas de biotecnologia, biodiversidade e inovação, o congresso deixou como legado a integração entre universidades, institutos de pesquisa e sociedade civil. Para a coordenação da Rede, o encontro não apenas evidenciou a força da pesquisa amazônica, mas também reforçou a necessidade de ampliar o diálogo com setores produtivos e governamentais, de modo a transformar descobertas científicas em políticas públicas e oportunidades concretas de desenvolvimento sustentável.
O encontro terminou com a professora Raimunda Fortes, coordenadora do polo Maranhão, fazendo o convite para o IV Congresso Brasileiro de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia e o II Simpósio Internacional da Bionorte, dando continuidade ao compromisso da rede em fortalecer a ciência e a inovação como caminhos para o futuro sustentável da região.
Data: 10/09/2025