Título | SISTEMÁTICA DE LEPORINUS (Characiformes, anostomidae) A PARTIR DE FERRAMENTAS MOLECULARES E MORFOLÓGICA |
Data da Defesa | 12/04/2024 |
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Banca
Examinador | Instituição | Aprovado | Tipo |
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Dra. Joana Isabel Espírito Santo Robalo | ISPA | Sim | Membro | Dra. Juliana Araripe Gomes da Silva | (UFPA | Sim | Membro | Dra. Ligia Tchaicka | UEMA | Sim | Membro | Dra. Maria Claudene Barros | UEMA | Sim | Presidente | Dr. Pedro Manoel Galetti Junior | UFSCAR | Sim | Membro |
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Palavras-Chaves | Biodiversidade; Delimitação de espécie; Identificação integrativa; Piau. |
Resumo | O gênero Leporinus inclui cerca de 80 espécies válidas, agrupando o maior número de espécies
dentro da ordem Characiformes e sendo o mais diversificado dentro da família Anostomidae.
As espécies encontram-se amplamente distribuídas em bacias hidrográficas da região
Neotropical, porém é fato a dificuldade na compreensão da biodiversidade do gênero Leporinus,
isto é, do limite específico, pois os padrões morfológicos são bastante similares entre as espécies
deste gênero, o mesmo ocorrendo com as características fenotípicas observadas em indivíduos
juvenis e adultos. Neste estudo utilizou-se sequências do genoma mitocondrial e nuclear e dados
morfológicos para identificar e fornecer as relações de parentescos das espécies de Leporinus
contribuindo assim com informações que deverão ser usadas em plano de manejo e conservação
das espécies. O estudo integrativo usando dados morfológicos e moleculares possibilitou o
registro de Megaleporinus macrocephalus nas bacias hidrográficas maranhenses, representando
uma importante extensão da sua distribuição que hoje é confirmada na bacia do rio Itapecuru e
Mearim. A análise de 157 sequencias de Leporinus para gene COI das bacias dos rios Itapecuru,
Mearim, Turiacu, Pericumã, Periá, Preguicas, Parnaíba e Tocantins identificou L. maculatus,
L. unitaeniatus, L. affinis e L. piau (do rio Parnaíba) como agrupamentos distintos corroborados
por métodos de delimitação das espécies, os quais revelaram a presença de quatro MOTUs
distintas correspondendo a cada uma destas espécies. O método bPTP restringiu L. venerei a
uma única MOTU apontando para a ocorrência pela primeira vez desta espécie em rios do
Maranhão. Ainda foi evidenciado a separação de L. cf. friderici em dois clados e a subsequente
formação de diferentes MOTUs, sendo, portanto, consistente com a polifilia desta espécie
indicando a existência de diversidade críptica, bem como a configuração de L. cf. friderici e L.
piau em dois clados suportando a conclusão de que os espécimes de L. piau do Maranhão foram
identificados erroneamente. Na investigação da diversidade críptica em L. piau das bacias
hidrográficas do Maranhão e Piauí, usando marcadores mitocondriais e nuclear foram
observados dois grupos bem suportados, em que os espécimes dos rios Itapecuru, Mearim,
Turiaçu e Pericumã foram atribuídos a um clado sem nome, representando uma diversificação
relativamente antiga e provavelmente escondendo uma diversidade críptica. O segundo grupo
incluiu os espécimes dos rios Parnaíba e Mearim, denominado L. cf. friderici sensu stricto, um
grupo que se diversificou relativamente recente e mais estreitamente relacionado a L. friderici
da localidade tipo. Os resultados confirmaram a existência de um cenário complexo de
diversidade críptica no gênero Leporinus e as inconsistências taxonômicas encontradas neste
grupo de peixes. |
Abstract | The genus Leporinus includes around 80 valid species, grouping the largest number of species
within the Characiformes order and being the most diverse within the Anostomidae family. The
species are widely distributed in river basins in the Neotropical region, but it is a fact that it is
difficult to understand the biodiversity of the genus Leporinus, i.e. the specific limit, because
the morphological patterns are very similar between the species of this genus, as are the
phenotypic characteristics observed in juvenile and adult individuals. This study used
mitochondrial and nuclear genome sequences and morphological data to identify and provide
the kinship relationships of the Leporinus species, thus contributing information that should be
used in the species` management and conservation plans. The integrative study using
morphological and molecular data made it possible to record Megaleporinus macrocephalus in
the Maranhão river basins, representing an important extension of its distribution, which is now
confirmed in the Itapecuru and Mearim river basins. The analysis of 157 Leporinus COI gene
sequences from the Itapecuru, Mearim, Turiacu, Pericumã, Periá, Preguicas, Parnaíba and
Tocantins river basins identified L. maculatus, L. unitaeniatus, L. affinis and L. piau (from the
Parnaíba river) as distinct groupings corroborated by species delimitation methods, which
revealed the presence of four distinct MOTUs corresponding to each of these species. The bPTP
method restricted L. venerei to a single MOTU, pointing to the first occurrence of this species
in rivers in Maranhão. There was also evidence of the separation of L. cf. friderici into two
clades and the subsequent formation of different MOTUs, which is therefore consistent with
the polyphyly of this species indicating the existence of cryptic diversity, as well as the
configuration of L. cf. friderici and L. piau into two clades supporting the conclusion that the
specimens of L. piau from Maranhão were misidentified.In the investigation of cryptic diversity
in L. piau from the Maranhão and Piauí river basins, using mitochondrial and nuclear markers,
two well-supported groups were observed, in which specimens from the Itapecuru, Mearim,
Turiaçu and Pericumã rivers were assigned to an unnamed clade, representing relatively ancient
diversification and probably hiding cryptic diversity. The second group included specimens
from the Parnaíba and Mearim rivers, called L. cf. friderici sensu stricto, a group that diversified
relatively recently and is more closely related to L. friderici from the type locality. The results
confirmed the existence of a complex scenario of cryptic diversity in the Leporinus genus and
the taxonomic inconsistencies found in this group of fish. |