Corpo Discente - Egressos
Francisco de Oliveira Cruz Junior
| Título | QUINTAIS AGROFLORESTAIS NO VALE DO RIO ARAGUARI, ESTADO DO AMAPÁ: FLORÍSTICA, MANEJO E USOS | ||||
| Data da Defesa | 23/09/2022 | ||||
| Download | Em sigilo | ||||
Banca
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| Palavras-Chaves | agricultura familiar; Amazônia; sistemas agroflorestais; subsistência | ||||
| Resumo | Os quintais agroflorestais representam um sistema de uso da terra coordenado, em sua maioria, de mão de obra familiar, apresentando um manejo agregado de árvores e arbustos de usos variados, com cultivos agrícolas e presença ou não de animais. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi caracterizar os quintais agroflorestais de pequenos produtores rurais de um trecho a jusante da hidrelétrica Ferreira Gomes Energia, considerando a sua estrutura socioeconômica, grau de (in)segurança alimentar, composição florística e fitossociológica, etnobotânica e composição florística dos quintais mais exitosos. A área de estudo compreende as margens do rio Araguari, entre os municípios de Ferreira Gomes, Tartarugalzinho e Cutias. A coleta dos dados selecionou 40 entrevistados de 40 quintais agroflorestais que atenderam aos critérios da pesquisa, bem como foram aplicados aos entrevistados os formulários socioeconômicos de etnobotânica, além da realização do inventário florístico 100%. Posteriormente, todos os dados foram organizados e tabulados no programa Microsoft Office Excel 2019, especificamente para a socioeconomia, a etnobotânica e a composição de quintais mais exitosos, sendo construídos os gráficos e tabelas. Para os parâmetros fitossociológicos foi feita a análise pelo software Fitopac. Os resultados gerados foram discutidos com base nas literaturas específicas pesquisadas em sítios de dados acadêmicos. Desta forma, os resultados indicaram que os quintais pesquisados registraram 85% dos entrevistados não escolarizados ou não completaram o ensino fundamental, consequentemente 52,5% apresentaram renda mensal de até um salário mínimo na época (R$ 998,00) e 42,5% destes quintais algum tipo de (in)segurança alimentar. Os quintais pesquisados apresentaram variação no tamanho com média de 0,34 ha, tamanho que foi suficiente para implantar espécies vegetais variadas, para o consumo familiar e produção do excedente por meio desses cultivos, além de uma preferência por criações como galinhas, búfalos, patos e porcos. A composição florística apresentou 110 espécies distribuídas em 47 famílias e 86 gêneros. As famílias com maior número de espécies foram: Lamiaceae, Arecaceae, Rutaceae, Asteraceae e Myrtaceae; e os gêneros mais frequentes são o Citrus e Mentha. Quando considerou-se a análise florística e fitossociológica com CAP > 2,5 cm, foram catalogadas 22 famílias, 51 espécies distribuídas em 1430 indivíduos. A altura média estimada foi de 8,55 m, o índice de Shannon-Wiener de 2,71, equabilidade de 0,69 e diversidade de shannon 0,87, indicando boa diversidade dos quintais. Em relação a estrutura florestal, as espécies de maior densidade foram a Euterpe oleracea Mart. (28,95%), Psidium guajava L. (12,45%), e a Mangifera indica L. (12,17%); já as mais dominantes foram a Mangifera indica L.(43,28%), Spondias mombin L. (11,60%), Anacardium occidentale L. (9,18%); as mais frequentes a Mangifera indica L. (8,01%), Citrus limon (L.) Osbeck (7,42%), Psidium guajava L. (7,12%) e Anacardium occidentale L. (6,82%), e com maior valor de importância a Mangifera indica L. (63,46%), Euterpe oleracea Mart.(41,52%), Anacardium occidentale L. (21,95%), e a Psidium guajava L. (21,07%). Nas etnocategorias de usos das espécies a maioria é de uso múltiplo, com destaque para as de uso alimentar (80 espécies), medicinal (58 espécies), ornamental (21 espécies) e demais usos (20 espécies). Assim, os quintais do rio Araguari possuem manejo de práticas simples e de baixo custo, muitas vezes utilizando os conhecimentos repassados por gerações familiares, buscando o complemento da alimentação das propriedades com baixa comercialização dos excedentes. Os quintais mais exitosos foram mais influenciados por critérios socioeconômicos e culturais do que por tamanhos e idades. Desta forma, devido a sua importância socioeconômica e socioambiental para os moradores e a região, os quintais agroflorestais constituem um sistema de uso da terra viável para o rio Araguari, pois buscam minimizar impactos, mas ainda são pouco explorados, tanto pela comunidade, quanto pelo poder público. | ||||
| Abstract | The agroforestry homegardens represent a system of coordinated land use, mostly of family labor, presenting an aggregated management of trees and shrubs of varied uses, with agricultural crops and the presence or absence of animals. In this sense, the objective of this study was to characterize the agroforestry homegardens of small rural producers in a stretch downstream of the Ferreira Gomes Energia hydroelectric plant, considering their socioeconomic structure, degree of food (in)security, floristic and phytosociological composition, ethnobotany and floristic composition of the most successful homegardens. The study area comprises the banks of the Araguari River, between the municipalities of Ferreira Gomes, Tartarugalzinho and Cutias. Data collection selected 40 requests from 40 agroforestry gardens that met the research criteria, as well as the socioeconomic forms of ethnobotany were applied to the requests, in addition to the delivery of the 100% floristic inventory. Subsequently, all data were organized and tabulated in the Microsoft Office Excel 2019 program, specifically for socioeconomics, ethnobotany and the composition of more successful homegardens, with graphs and tables being constructed. For the phytosociological parameters, the analysis was performed using the Fitopac software. The generated results were discussed based on the specific literature searched in academic data sites. In this way, the results indicated that the surveyed homegardens registered 85% of educated people who did not go to school or did not complete elementary school, consequently 52.5% adopted a monthly income of up to one minimum wage at the time (R$ 998.00) and 42 .5% of these homegardens have some type of food (in)security. The surveyed homegardens adopted a variation in size with an average of 0.34 ha, a size that was sufficient to implant cultivated plant species, for family consumption and surplus production through these crops, in addition to a preference for livestock such as chickens, buffaloes , ducks and pigs. The floristic composition presented 110 species distributed in 47 families and 86 genera. Families with the highest number of species were: Lamiaceae, Arecaceae, Rutaceae, Asteraceae and Myrtaceae; and the most frequent genera are Citrus and Mentha. When considering the floristic and phytosociological analysis with CAP > 2.5 cm, 22 families were catalogued, 51 species distributed in 1430 individuals. The estimated average height was 8.55 m, the Shannon-Wiener index of 2.71, evenness of 0.69 and Shannon diversity of 0.87, indicating good diversity of homegardens. Regarding the forest structure, the species with the highest density were Euterpe oleracea Mart. (28.95%), Psidium guajava L. (12.45%), and Mangifera indica L. (12.17%); the most dominant were Mangifera indica L. (43.28%), Spondias mombin L. (11.60%), Anacardium occidentale L. (9.18%); the most frequent were Mangifera indica L. (8.01%), Citrus limon (L.) Osbeck (7.42%), Psidium guajava L. (7.12%) and Anacardium occidentale L. (6.82%). , and Mangifera indica L. (63.46%), Euterpe oleracea Mart. (41.52%), Anacardium occidentale L. (21.95%), and Psidium guajava L. (21. 07%). In the ethnocategories of species uses, most are for multiple uses, with emphasis on food (80 species), medicinal (58 species), ornamental (21 species) and other uses (20 species). Thus, the homegardens on the Araguari River have simple and low-cost management practices, often using knowledge passed on by family generations, seeking to complement the food of properties with low commercialization of surpluses. The most successful homegardens were more influenced by socioeconomic and cultural criteria than by sizes and ages. In this way, due to their socioeconomic and socioenvironmental importance for the residents and the region, the agroforestry homegardens constitute a viable land use system for the Araguari River, as they seek to minimize impacts, but are still little explored, both by the community and by the public Power. | ||||
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