Título | Avaliação de enzimas de fungos da Amazônia visando a melhora do processamento das fibras da malva (Urena lobata L., 1753) |
Data da Defesa | 28/03/2022 |
Download | Em sigilo |
Banca
Examinador | Instituição | Aprovado | Tipo |
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Dra. Antônia Queiroz Lima de Souza | UFAM | Sim | Presidente | Dra. Patrícia Melchionna Albuquerque | UEA | Sim | Membro | Dr. Henrique dos Santos Pereira | UFAM | Sim | Membro | Dr. Jair Max Furtunato Maia | UEA | Sim | Membro | Dr. Leonor Alves de Oliveira da Silva | UFPE | Sim | Membro |
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Palavras-Chaves | Urena lobata, gnocelulases, Fungos endofíticos, Fungos do solo. |
Resumo | O cultivo de malva (Urena lobata) para a produção de fibras é cultural no Estado do Amazonas
desde 1970 com a imigração japonesa e essas fibras tiveram seus altos e baixos na economia
local ao longo do tempo. Atualmente são cultivadas por ribeirinhos sendo uma das principais
culturas do Estado do Amazonas. Os malvicultores encontram várias adversidades no processo
de obtenção da fibra, tais como onicomicoses, dermatoses, além do risco de ataques de animais
peçonhentos. A região Amazônica é potencialmente rica em microrganismos e dentre estes
estão os fungos endofiticos, fungos associados a ambientes aquáticos e ao solo. No capítulo I,
apresenta-se os microrganismos isolados e preservados dos tecidos da malva in natura e
macerada, além dos ambientes associados ao seu plantio, obtendo-se 191 fungos preservados
de um total de 344 microrganismos isolados. Os fungos foram agrupados e 10% do total de
cada grupo foi sequenciado obtendo-se 24 espécies diferentes com potenciais biotecnológicos
relatados na literatura científica. No capítulo II as linhagens Fusarium pseudocircinatum (1290)
e Corynespora torulosa (1291) foram avaliadas quanto ao seu potencial de produção de
lignocelulases usando como substrato a malva seca e triturada nas soluções de sais minerais
Manachini e GLBN 40 ao longo de 10 dias sob agitação em cultivo submerso. Os extratos
enzimáticos foram filtrados em sistema de filtração a vácuo (Millipore 0,22 µm) e quantificadas
as atividades de lignocelulases. C. torulosa foi o melhor produtor de lacase (8.691 U/L), MnP
(5.353 U/L), β-glicosidase (0,3285 U/mL) e CMCase (0,7038 U/mL) e o F. pseudocircinatum
foi o melhor produtor de FPase (1,29 U/mL), xilanase (12,05 U/mL) e pectinase (0,18 U/mL).
Nenhuma das linhagens apresentou atividade de Lignina Peroxidase. No capítulo III as
linhagens F. pseudocircinatum, Trichoderma longibrachiatum e Talaromyces pratensis foram
avaliadas quanto à produção de pectinase variando a temperatura (28, 30 e 32° C), pH (4, 5 e
6) e tempo de cultivo (3, 4 e 5 dias) utilizando malva seca (5%) como substrato em cultivo
submerso. O F. pseudocircinatum apresentou o maior pico de produção de pectinase (0,2261
U/mL) nas condições de ensaio 28° C, pH 6, no 4° dia de cultivo. Nestas condições, 23 fungos
foram testados quanto à produção de pectinase e as três melhores linhagens [F.
pseudocircinatum (1290) 0,2261 U/mL, Westerdykella dispersa, (1321) 0,2113 U/mL e
Diaporthe eucalyptorum, (1300) 0,1981 U/mL] foram submetidos à quantificação de xilanase
[1290 (4,6113 U/mL), 1321 (2,7388 U/mL) e 1300 não apresentou atividade] e CMCase [1300
(0,1003 U/mL), 1321 (0,0887 U/mL) e 1290 não apresentou atividade]. As linhagens 1290 e
1321 foram selecionadas para a produção em escala maior e para o ensaio de desfibramento
onde talos de malva (10 cm) foram submersos em solução enzimática nas concentrações 50,
100 e 200 mg/mL, temperatura de 40 e 50° C e analisados com 3, 5 e 7 dias. Ambos os extratos
enzimáticos promoveram o amolecimento da fibra e desfibramento. O extrato da linhagem de
F. pseudocircinatum (1290), temperatura de 40° C, 200 mg/mL e 7 dias de incubação foi mais
eficiente no desfibramento de malva possibilitando a redução do tempo de maceração desta. O
potencial de enzimas fúngicas para o processamento da malva em busca de uma alternativa que proporcione a redução do tempo de desfibramento e aprimore a qualidade das fibras foi
comprovado com está pesquisa. |
Abstract | The cultivation of caesarweed (Urena lobata) is cultural in the State of Amazonas since 1970
and the production of these fibers has had its ups and downs in the local economy. Currently,
they are cultivated by riverside dwellers, being one of the main crops in the State of Amazonas.
Malviculturists face some adversities in the process of obtaining fiber, such as onychomycosis,
dermatoses, in addition to the risk of attacks by venomous animals. The Amazon region is
potentially rich in microorganisms and among these are endophytic fungi, fungi associated with
aquatic environments and soil. In chapter I, the microorganisms isolated and preserved from
the tissues of in natura and macerated caesarweed are presented, in addition to the
environments associated with their planting, obtaining 191 preserved fungi from a total of 344
isolated microorganisms. The fungi were grouped and 10% of the total of each group was
sequenced, obtaining 24 different species with biotechnological potentials reported in the
literature. In chapter II, Fusarium pseudocircinatum (1290) and Corynespora torulosa (1291)
strains were evaluated for their potential for lignocellulase production using dried and crushed
caesarweed as substrate in Manachini and GLBN 40 mineral salt solutions over 10 days under
agitation. in submerged cultivation. The enzymatic extracts were filtered in a vacuum filtration
system (Millipore 0.22 µm) and the lignocellulases activities were quantified. C. torulosa was
the best producer of laccase (8,691 U/L), MnP (5,353 U/L), β-glucosidase (0.3285 U/mL) and
CMCase (0.7038 U/mL) and F. pseudocircinatum was the best producer of FPase (1.29 U/mL),
xylanase (12.05 U/mL) and pectinase (0.18 U/mL). None of the strains showed Lignin
Peroxidase activity. In chapter III, the strains F. pseudocircinatum, Trichoderma
longibrachiatum and Talaromyces pratensis were evaluated for pectinase production varying
the temperature (28, 30 and 32° C), pH (4, 5 and 6) and cultivation time (3, 4 and 5 days) using
dry caesarweed (5%) as substrate in submerged cultivation. F. pseudocircinatum showed the
highest peak of pectinase production (0.2261 U/mL) under test conditions 28 °C, pH 6, on the
4th day of cultivation. Under these conditions, 18 fungi were tested for pectinase production
and the three best strains [F. pseudocircinatum (1290) 0.2261 U/mL, Westerdykella dispersa,
(1321) 0.2113 U/mL) and Diaporthe eucalyptorum, (1300) 0.1981 U/mL] were subjected to
xylanase quantification [1290 (4.6113 U/mL), 1321 (2.7388 U/mL) and 1300 showed no
activity] and CMCase [1300 (0.1003 U/mL), 1321 (0.0887 U/mL) and 1290 showed no
activity]. Strains 1290 and 1321 were selected for production on a larger scale and for the
shredding test where caesarweed stalks (10 cm) were submerged in an enzymatic solution at
concentrations of 50, 100 and 200 mg/mL, at temperatures of 40 and 50 °C and collected at 3,
5 and 7 days. Both enzymatic extracts promoted fiber softening and defibration. The extract of
the strain of F. pseudocircinatum (1290), temperature of 40 °C, 200 mg/mL and 7 days of
incubation was more efficient in the defibration of caesarweed, allowing the reduction of the
maceration time. Therefore, this research aimed to evaluate the potential of fungal enzymes for
the processing of caesarweed in search of an alternative that provides a reduction in the
defibering time and improves the quality of the fibers. |