Corpo Discente - Egressos

Patricia da Costa
TítuloECOLOGIA POPULACIONAL DE Copaifera pubiflora BENTH. NA AMAZÔNIA SETENTRIONAL E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O MANEJO DO OLEORRESINA
Data da Defesa28/06/2019
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ExaminadorInstituiçãoAprovadoTipo
Dra. Edvan Alves ChagasEmbrapa Rondônia - CPAFROSimMembro
Dra. Karina MartinsUniversidade Federal de São Carlos - UFSCarSimMembro
Dra. Lúcia Helena de Oliveira WadtEmbrapa Rondônia - CPAFROSimPresidente
Dr. Ângelo Gilberto ManzattoUniversidade Federal de RondôniaSimMembro
Dr. Rodrigo Barros RochaEmbrapa Rondônia - CPAFROSimMembro
Palavras-ChavesAmazônia, copaíba, óleo de copaíba, relações alométricas, estrutura populacional; fenologia; manejo sustentável.
ResumoO oleorresina de copaíba é um metabólito secundário produzido por espécies florestais do gênero Copaifera L. (Fabaceae), utilizado como fitoterápico e com potencial para aplicações industriais. O aumento da demanda pode comprometer o fornecimento do produto e a conservação das espécies, sendo necessário mais estudos para a definição de práticas e planos de manejo. Densidade e estrutura populacional são informações essenciais para que se possa determinar o status de conservação e potencial produtivo de diferentes espécies. Neste contexto, este trabalho teve por objetivo caracterizar aspectos ecológicos e avaliar o impacto de diferentes intervalos de coleta sobre a fenologia reprodutiva de Copaifera pubiflora Benth. em duas populações em diferentes tipos florestais em Roraima. O estudo foi conduzido em ambientes com diferentes restrições ecológicas: floresta estacional (TSF; ambiente com maiores restrições ecológicas) em Normandia; e floresta ombrófila (ambiente com menores restrições ecológicas) em Mucajaí. Uma parcela permanente de 2 ha foi instalada em cada uma das áreas de estudo e todos os indivíduos presentes foram identificados, mapeados, caracterizados quanto a aspectos morfológicos e medidos (diâmetro da base e altura total). Os dados de morfologia foram utilizados para definição dos estádios ontogenéticos e arquitetura da espécie; enquanto o diâmetro e a altura foram ajustados em regressões lineares e seus coeficientes angulares comparados a modelos biomecânicos. As populações apresentaram a mesma trajetória ontogenética e o mesmo modelo arquitetural, Troll, mas com diferenças em relação à densidade total (TSF: 215 ind ha-1; TRF: 344 ind ha-1), estrutura populacional, relações alométricas e biomecânicas. As implicações da maior densidade de adultos em TSF; do gargalo demográfico e da descontinuidade de tamanhos entre indivíduos imaturos e adultos em TRF são discutidos nas considerações finais em relação ao manejo da espécie. Com relação ao impacto de diferentes intervalos entre coletas sucessivas, 15 indivíduos em cada tratamento (18/12 meses de intervalo; 6 meses de intervalo; controle sem extrativismo) foram monitorados quinzenalmente por dois anos e avaliados quanto à expressão das fenofases: botão; antese; frutos novos; amadurecendo; maduros; abortamento; e dispersão de sementes. Não foram observadas diferenças significativas no tempo e na duração dos eventos reprodutivos entre tratamentos e controle. Não foram observadas diferenças nas fenofases entre os tratamentos avaliados em TSF. No entanto, em TRF, observou-se uma maior atividade de floração e abortamento de frutos nos tratamentos em relação ao controle. O tratamento com coletas consecutivas a cada 18 meses apresentou adicionalmente maior atividade para frutos maduros, enquanto o tratamento com intervalos de 6 meses apresentou apenas maior atividade para frutos imaturos, mas não para os frutos em desenvolvimento e maduros. Sugere-se haver uma relação entre coleta de oleorresina e investimento nas fenofases de florescimento, enchimento e maturação de frutos, que dependendo da intensidade de coleta, podem ser favorecidos até certo ponto em que a competição na alocação de recursos determine seu abortamento. Recomenda-se que a coleta de oleorresina seja executada com maior intervalo possível, sendo no mínimo 18 meses entre coletas sucessivas.
AbstractCopaiba oleoresin is a secondary metabolite produced by forest species of the genus Copaifera L. (Fabaceae), used as a phytotherapic and with potential for industrial applications. Demand increase may compromise product supply and species conservation, further studies are required for the definition of management plans and practices. Density and population structure are essential information to determine the conservation status and productive potential of different species. In this context, this work aimed to characterize ecological aspects and evaluate the impact of different oleoresin collection intervals on the reproductive phenology of Copaifera pubiflora Benth. in two populations in different forest types in Roraima. The study was conducted in environments with different ecological constraints: seasonal forest (TSF, environment with the highest ecological constraints) in Normandia; and tropical rainforest (TRF, environment with lower ecological constraints) in Mucajaí. A permanent sample plot (2 ha) was installed in each of the study areas, and all the individuals present were identified, morphologically characterized, and measured (base diameter and total height). Morphology data were used to define the ontogenetic stages and architecture of the species; while the diameter and height were adjusted in linear regressions and their angular coefficients compared to the biomechanical models. The populations presented the same ontogenetic trajectory and the same architectural model, Troll, but with differences in total density (TSF: 215 ind ha-1; TRF: 344 ind ha-1), population structure, allometric and biomechanical relationships. The implications of the higher adult density in TSF; and of the demographic bottleneck and size discontinuity observed among immature and adult individuals in TRF are discussed regarding species management in the final considerations. Regarding the impact of different intervals between successive harvests, 15 individuals in each treatment (18/12 months of an interval, 6 months of an interval, control without extractivism) were monitored fortnightly for two years and evaluated for the expression of the following phenophases: bud, anthesis, unripe, ripening, ripe fruits, fruit abortion, and seed dispersal. No significant differences were observed in the time and duration of reproductive events between treatments and control. No differences were observed in the phenoaphase activity among treatments in TSF. However, in TRF it was observed a statistically higher activity in both treatments for flowering and fruit abortion when compared to control. The 18-month treatment showed higher activity for ripe fruits, whereas the 6-month treatment presented only higher activity for anthesis and unripe fruits, but not for ripening and ripe fruits. It is suggested that there is a relationship between the oleoresin harvesting and the investment in flowering, fruit filling and maturation, which depending on the harvest intensity and can be favored until a certain extent in which resource allocation competition determines fruit abortion. We recommend that harvesting in the same tree should be done with the greatest time interval, with at least 18 months between successive collections.
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