Corpo Discente - Egressos

Janilde de Melo Nascimento
TítuloESTRUTURA DA COMUNIDADE DE FLEBOTOMÍNEOS (Diptera: psychodidae) EM ÁREAS DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E TRANSMISSÃO DE LEISHMANIOSES DA AMAZÔNIA ORIENTAL
Data da Defesa12/09/2024
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Banca

ExaminadorInstituiçãoAprovadoTipo
Dra. Rosa Cristina Ribeiro da SilvaUEMASimMembro
Dra. Solranny Carla Cavalcante Costa e SilvaUESPISimMembro
Dr. Hermes Ribeiro LuzUFMASimMembro
Dr. José Manuel Macário RebêloUFMASimPresidente
Dr. Silvio Gomes MonteiroUFMASimMembro
Palavras-ChavesEcologia; Phlebotominae; Desmatamento; Diversidade; Distribuição sazonal.
ResumoIntrodução/Justificativa. As leishmanioses são doenças endêmicas no Maranhão, onde são causadas por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania (Kinetoplastida; Trypanosomatidae) transmitidas por várias espécies de flebotomíneos. Essas enfermidades apresentam altas prevalências na Amazônia Maranhense, incluindo áreas onde os vetores ainda não foram estudados. No território maranhense, a região da Amazônia, localiza-se na Mesorregião oeste do Maranhão, constituída por 35% da paisagem. Com área de transição entre as regiões amazônica (úmida) e nordeste (semi-árida), favorece grandes contrastes pluviométricos anuais. Objetivos. Neste estudo, analisou-se a composição, riqueza, abundância e frequência mensal e sazonal das espécies de flebotomíneos em áreas florestais com diferentes graus de degradação e assentamentos rurais com registros de casos de leishmanioses. Metodologia. Foram feitas capturas sistematizadas dos flebotomíneos nos municípios de Santa Luzia (área pouco degradada), Senador La Rocque (moderadamente degradada) e Governador Nunes Freire (muito degradada). Os flebotomíneos foram capturados em três noites consecutivas, uma vez por mês, durante 24 meses, com o uso de armadilhas luminosas tipo CDC, instaladas das 18 às 6 horas, em fragmentos florestais e nos abrigos de animais domésticos. Resultados. Foram registradas 35 espécies de flebotomíneos, distribuídas em 13 gêneros. O mais diversificado foi Evandromyia (10 espécies), seguido por Psathyromyia (5), Pressatia (3), Psychodopygus (3), Brumptomyia (2), Lutzomyia (2), Micropygomyia (2), Nyssomyia (2), Pintomyia (2), Bichromomyia (1), Migonemyia (1), Sciopemyia (1) e Viannamyia (1). As espécies mais abundantes foram Ny. whitmani (32,33%), Ev. evandroi (14,89%), Lu. longipalpis (12,45%), Br. avellari (6,73%), Pi. damascenoi (6,59%) e Mg. migonei (6,46%). A riqueza de espécie prevaleceu na área moderadamente degradada (22 espécies), do que na muito degradada (16) e completamente degradada (11). Em todas as áreas, a riqueza de espécies foi maior nos fragmentos florestais do que nos peridomicílios rurais, exceto naquela, cujo fragmento florestal estava muito degradado. A abundância de indivíduos foi maior em todos os peridomicílios. Os flebotomíneos ocorreram o ano todo, com picos de abundância na estação chuvosa e na transição com a estação seca, mas em meses diferentes, de acordo com as áreas. Houve inversão de dominância das espécies entre as estações; e correlação positiva com a precipitação pluviométrica em Governador Nunes Freire (rs = 0.8252; p = 0.0009) e Senador La Rocque (rs = 0,4308; p = 0,1620); e correlação negativa com a temperatura em Santa Luzia (rs = -0,7122; p = 0.0093). Os vetores Bi. flaviscutellata, Ny. whitmani, Mg. migonei e Lu. longipalpis comportaram-se como espécies constantes, justificando sua relevância na epidemiologia das leishmanioses. Conclusão. Os flebotomíneos ainda são representativos nos fragmentos florestais remanescentes degradados, mas a abundância aumenta nos assentamentos rurais adjacentes, sobretudo na estação chuvosa. Esses novos ambientes oferecem aos vetores oportunidades de abrigos e fontes de alimentos necessárias para a reprodução e proliferação. Em consequência, as leishmanioses mudam o seu perfil epidemiológico, incidindo nas populações humanas que residem nos assentamentos infestados. Os órgãos de vigilância devem atentar para essas informações, úteis na implantação de estratégias de controle vetorial das leishmanioses, observando os ambientes, meses e estações de maior abundância vetorial, nas áreas estudadas.
AbstractIntroduction/Justification. Leishmaniases are endemic diseases in Maranhão, where they are caused by different species of protozoa of the genus Leishmania (Kinetoplastida; Trypanosomatidae) transmitted by several species of sandflies. These diseases have high prevalence in the Maranhão Amazon, including areas where the vectors have not yet been studied. In Maranhão territory, the Amazon region is located in the western Mesoregion of Maranhão, comprising 35% of the landscape. With a transition area between the Amazon (humid) and northeast (semi-arid) regions, it favors large annual rainfall contrasts. Objective. In this study, the composition, richness, abundance and monthly and seasonal frequency of sandfly species were analyzed in forest areas with different degrees of degradation and rural settlements with records of leishmaniasis cases. Methodology. Systematized captures of sandflies were made in the municipalities of Santa Luzia (slightly degraded area), Senador La Rocque (moderately degraded) and Governador Nunes Freire (very degraded). The sandflies were captured on three consecutive nights, once a month, for 24 months, using CDC-type light traps, installed from 6 pm to 6 am, in forest fragments and in domestic animal shelters. Results. Were recorded 35 species of sandflies, distributed across 13 genera. The most diverse was Evandromyia (10 species), followed by Psathyromyia (5), Pressatia (3), Psychodopygus (3), Brumptomyia (2), Lutzomyia (2), Micropygomyia (2), Nyssomyia (2), Pintomyia (2), Bichromomyia (1), Migonemyia (1), Sciopemyia (1) and Viannamyia (1). The most abundant species were Ny. whitmani (32.33%), Ev. evandroi (14.89%), Lu. longipalpis (12.45%), Br. avellari (6.73%), Pi. damascenoi (6.59%) and Mg. migonei (6.46%). Species richness prevailed in the moderately degraded area (22 species), than in the very degraded (16) and completely degraded (11). In all areas, species richness was greater in forest fragments than in rural peridomestic areas, except in that area, whose forest fragment was very degraded. The abundance of individuals was greater in all peridomiciles. Sandflies occurred throughout the year, with peaks in abundance in the rainy season and in the transition to the dry season, but in different months, depending on the area. There was an inversion of species dominance between seasons; and positive correlation with rainfall in Governador Nunes Freire (rs = 0.8252; p = 0.0009) and Senador La Rocque (rs = 0.4308; p = 0.1620); and negative correlation with temperature in Santa Luzia (rs = -0.7122; p = 0.0093). The vectors Bi. flaviscutellata, Ny. whitmani, Mg. migonei and Lu. longipalpis behaved as constant species, justifying their relevance in the epidemiology of leishmaniasis. Conclusion. Sand flies are still representative in the remaining degraded forest fragments, but their abundance increase in adjacent rural settlements, especially in the rainy season. These new environments offer vectors opportunities of shelters and food sources necessary for reproduction and proliferation. As a result, leishmaniasis changes its epidemiological profile, affecting human populations residing in infested settlements. Surveillance bodies must pay attention to this information, which is useful in implementing vector control strategies for leishmaniasis, observing the environments, months and seasons of greatest vector abundance in the areas studied.
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