Corpo Discente - Egressos

Thiago Azevedo Feitosa Ferro
TítuloPotencial terapêutico do cinemaldeído no tratamento de feridas cutâneas.
Data da Defesa09/03/2017
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Banca

ExaminadorInstituiçãoAprovadoTipo
Dra. Elizabeth Soares Fernandes - Presidente da Banca ExaminadoraUNICEUMASim
Dra. Juliana Ribeiro Alves dos Santos - Membro da Banca ExaminadoraUNICEUMASim
Dra. Rosane Nassar Meireles Guerra - Membro da Banca ExaminadoraUniversidade Federal do MaranhãoSim
Dr. Eduardo Martins Sousa - Membro da Banca ExaminadoraUNICEUMASim
Dr. Marcelo Nicolás Muscará - Membro da Banca ExaminadoraUniversidade do Estado de São PauloSim
Palavras-Chavescicatrização;ferida infectada;efeito antimicrobiano
ResumoAtualmente há uma grande procura por produtos extraídos de plantas que apresentam atividade antimicrobiana e que também beneficiam o processo de cicatrização. Isto se deve principalmente, ao aumento da prevalência de isolados resistentes aos diferentes tipos de antibióticos comercializados. Feridas infectadas são um problema sério de saúde pública no mundo, sendo comuns em pacientes com queimadura e úlceras. O cinamaldeído, composto majoritário do extrato da canela, vem sendo estudado por suas propriedades antimicrobianas e imunomoduladoras. Entretanto, pouco se sabe acerca de seus efeitos em bactérias presentes em feridas infectadas como Pseudomonas aeruginosa, Enterococcus faecalis, e Staphylococcus aureus, nem sobre suas propriedades cicatrizantes. Assim, este estudo tem como objetivo avaliar o efeito do cinamaldeído na virulência e viabilidade de P. aeruginosa, E. faecalis e S. aureus in vitro, bem como seus efeitos in vivo na infecção e cicatrização. Inicialmente, foram realizados experimentos de microdiluição para a avaliação da concentração inibitória mínima e bactericida mínima. Em seguida, o efeito de concentrações subinibitórias do cinamaldeído foram testadas na produção de fatores de virulência por estas bactérias. Os efeitos do cinamaldeído foram avaliados in vivo, em modelo de infecção sistêmica induzida por S. aureus em Galleria mellonella e em modelo de cicatrização de feridas infectadas por P. aeruginosa em camundongos. Observou-se que o cinamaldeído apresenta satisfatória atividade antimicrobiana contra as três espécies de bactérias avaliadas, sendo capaz de interferir com o crescimento, viabilidade para as três espécies analisadas e produção de fatores de virulência como produção de biofilme, atividade hemolítica, adesão, metabolismo e diminuição da resistência ao soro nos isolados de Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa, sem causar adaptação destes microrganismos. Observou-se ainda, que o tratamento protegeu G. mellonella contra a infecção por S. aureus, por diminuir a carga bacteriana além de aumentar a sobrevivência das larvas. Quando avaliado em modelo de cicatrização em camundongos, o cinamaldeído reduziu o tempo de cicatrização em feridas infectadas por P. aeruginosa, além de reduzir em 50% a população microbiana no leito da lesão. Os efeitos cicatrizantes do cinamaldeído foram revertidos em animais tratados sistemicamente com o HC-030031, antagonista para o receptor de potencial transitório anquirina 1 (TRPA1), alvo de atuação do cinamaldeído in vivo. Concluímos que o cinamaldeído, composto majoritário da canela, pode ser recomendado como um novo candidato terapêutico na cicatrização de feridas infectadas.
AbstractCurrently, there is a great demand for products extracted from plants that have antimicrobial activity and that also benefit the cicatrization process. This is mainly due to the increase in the prevalence of isolates resistant to the different types of antibiotics marketed. Infected wounds are a serious public health problem in the world, being common in patients with burns and ulcers. Cinnamaldehyde, the major compound of the cinnamon extract, has been studied for its antimicrobial and immunomodulatory properties. However, little is known about its effects on bacteria present in infected wounds such as Pseudomonas aeruginosa, Enterococcus faecalis, and Staphylococcus aureus, nor on its healing properties. Thus, this study aims to evaluate the effect of cinnamaldehyde on the virulence and viability of P. aeruginosa, E. faecalis and S. aureus in vitro, as well as its in vivo effects on infection and healing. Initially, microdilution experiments were performed to evaluate the minimal inhibitory concentration and minimal bactericide. Next, the effect of subinhibitory concentrations of cinnamaldehyde were tested on the production of virulence factors by these bacteria. The effects of cinnamaldehyde were evaluated in vivo in a model of systemic infection induced by S. aureus in Galleria mellonella and in a model of wound healing of P. aeruginosa infected in mice. It was observed that cinnamaldehyde presents satisfactory antimicrobial activity against the three species of bacteria evaluated, being able to interfere with the growth, viability for the three species analyzed and production of virulence factors such as biofilm production, hemolytic activity, adhesion, metabolism and Reduction of serum resistance in the isolates of Staphylococcus aureus and Pseudomonas aeruginosa, without causing adaptation of these microorganisms. It was further observed that the treatment protected G. mellonella against S. aureus infection by reducing bacterial load and increasing larval survival. When evaluated in a wound healing model in mice, cinamaldehyde reduced healing time in P. aeruginosa infected wounds, and reduced the microbial population in the lesion bed by 50%. The healing effects of cinnamaldehyde were reversed in animals treated systemically with HC-030031, antagonist to the transient potential receptor ankyrin 1 (TRPA1), targeting cinamaldehyde in vivo. We conclude that cinnamaldehyde, the major compound of cinnamon, may be recommended as a new therapeutic candidate in the healing of infected wounds.
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