Título | Biodiversidade e propriedades antimicrobianas de fungos endofíticos associados à Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh (camu-camu), do parque estadual do Cantão - Tocantins. |
Data da Defesa | 27/10/2016 |
Download | Em sigilo |
Banca
Examinador | Instituição | Aprovado | Tipo |
---|
Dr. Alex Fernando de Almeida - Membro da Banca Examinadora | Universidade Federal de Tocantins | Sim | | Dra. Renata Junqueira Pereira - Membro da Banca Examinadora | Universidade Federal de Tocantins | Sim | | Dra. Solange Cristina Carreira - Membro da Banca Examinadora | Universidade Federal de Tocantins | Sim | | Dr. Guilherme Nobre Lima do Nascimento - Membro da Banca Examinadora | Universidade Federal de Tocantins | Sim | | Dr. Raphael Sanzio Pimenta - Presidente da Banca Examinadora | Universidade Federal de Tocantins | Sim | |
|
Palavras-Chaves | Fitopatógenos;Plasmodium falciparum;Micro-organismos;Biodiversidade |
Resumo | O camu-camu (Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh) é uma espécie nativa da região Amazônica, que se distribui em diversos estados da Região Norte do Brasil. Apresenta grande potencial econômico pelas suas características agronômicas, tecnológicas e nutricionais. Os seus frutos possuem alto conteúdo de vitamina C, além de outros princípios ativos, como proteínas, fibras, minerais (cálcio, fósforo, potássio, ferro) e vitaminas como tiamina, riboflavina e niacina. M. dubia, assim como as demais espécies vegetais, possuem micro- organismos endofíticos ainda não classificados e com propriedades insuficientemente conhecidas, mas potencialmente aptos para uma aplicação biotecnológica. Os objetivos do presente trabalho foram identificar a biodiversidade de fungos filamentosos endofíticos associada à M. dubia; avaliar o potencial inibitório dos extratos diclorometanólicos fúngicos, contra o protozoário Plasmodium falciparum; analisar a ação do extrato diclorometanólico obtido das folhas de M. dubia, contra os protozoários P. falciparum, Leishmania amazonensis, Leishmania braziliensis e Leishmania chagasi; e verificar a ação dos fungos endofíticos isolados, quanto à produção de substâncias difusíveis e voláteis em cultura pareada, contra os fitopatógenos Monilinia fructicola, Colletotrichum gloeosporioides e Aspergillus parasiticus. O potencial antimalárico dos extratos fúngicos e da planta M. dubia, foram avaliados através de ensaio imunoenzimático anti-HRPII (proteína rica em histidina II). Os ensaios leishmanicidas foram realizados pelo método de resazurina, enquanto que a citotoxicidade contra linhagem celular derivada de hepatoma humano (HepG2) foi determinada pelo método colorimétrico MTT (3-(4,5-dimetiltiazol-2yl)-2,5-difenil brometo de tetrazolina). Um total de 308 indivíduos fúngicos foram isolados e identificados como pertencentes a 22 táxons por meio de métodos moleculares, utilizando para amplificação os iniciadores ITS (Internal Transcribed Spacer) e Beta-tubulina. Os extratos de três fungos endofíticos do gênero Diaporthe spp. e um da família Xylariaceae, foram ativos contra o crescimento de P. falciparum. No entanto, o extrato da planta M. dubia apresentou ação contra o P. falciparum e L. amazonensis. Obteve-se valores de concentração citotóxica para 50% das células (CC50) acima de 500 μg/mL para HepG2, indicando ausência de toxicidade dos extratos testados e maior seletividade contra os parasitos. Verificou-se que 22 isolados fúngicos inibiram o crescimento de pelo menos um dos fungos fitopatógenos alvos, sendo que cinco endofíticos se destacaram, com porcentual de inibição acima de 50%, através da produção de substâncias difusíveis e voláteis. Os resultados ressaltam as propriedades antiparasitárias dos endofíticos e sua relação com a planta hospedeira, e evidenciam a importância da diversidade microbiana e seus metabólitos como fonte de recursos para o avanço da biologia e biotecnologia. |
Abstract | Camu-camu (Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh) is native from Amazon region, which is distributed in various states of northern Brazil. It has great economic potential for its agronomic, technological and nutritional characteristics. Its fruits have a high content of vitamin C and other active ingredients such as protein, fiber, minerals (calcium, phosphorus, potassium, iron) and vitamins such as thiamin, riboflavin and niacin. M. dubia, as well as other plant species, endophytic microorganisms have not yet sorted and poorly understood properties, but potentially suitable for biotechnological applications. The objectives of the present work were to identify the biodiversity of endophytic filamentous fungi associated with M. dubia; to evaluate the inhibitory potential of fungal dichloromethanolic extracts against the protozoan Plasmodium falciparum; to analyze the action of the dichloromethanolic extract obtained from the leaves of M. dubia, against the protozoa P. falciparum, Leishmania amazonensis, Leishmania braziliensis and Leishmania chagasi; and to verify the action of isolated endophytic fungi on the production of diffusible and volatile substances in paired culture against phytopathogens Monilinia fructicola, Colletotrichum gloeosporioides and Aspergillus parasiticus. The antimalarial potential of fungal extracts and plant M. dubia were evaluated through anti-HRPII immunosorbent assay (histidine rich protein II). The assays were performed by antileishmanial resazurin method, while the cytotoxicity against human hepatoma (HepG2) was determined by the colorimetric MTT [3-(4, 5-dimethyl-2- thiazolyl)- 2, 5-diphenyl-2H tetrazolium bromide] method. A total of 308 fungal individuals were isolated and identified as belonging to 22 taxa, by means of molecular methods using amplified ITS (Internal Transcribed Spacer) and Beta-tubulin primers. The extracts of three endophytic fungi of the Diaporthe spp. genus and one of the Xylariaceae family were active against the growth of P. falciparum. And the extract of the M. dubia plant presented action against P. falciparum and L. amazonensis. Obtained cytotoxic concentration for 50% of the cells (CC50) values above 500 mg/mL for HepG2, indicating lack of toxicity of the tested extracts increased selectivity against parasites. It was found that 22 fungal isolates inhibited the growth of at least one of phytopathogenic fungi targets, five endophytic stood with inhibition percentage above 50%, by producing diffusible and volatile substances. The results highlight the antiparasitic properties of the endophytic and their relationship with the host plant, and show the importance of microbial diversity and its metabolites as a source of resources for the advancement of biology and biotechnology. |