Corpo Discente - Egressos

Danielle Camargo Celentano Augusto
TítuloDiagnóstico da degradação de floresta ripárias para promover restauração participativa com comunidade rurais na Amazônia Oriental
Data da Defesa11/12/2015
DownloadEm sigilo
Banca

ExaminadorInstituiçãoAprovadoTipo
Dra. Alana das Chagas Ferreira Aguiar - Membro da Banca ExaminadoraUniversidade Federal do MaranhãoSim
Dra. Patrícia Maia Correia de Albuquerque - Membro da Banca ExaminadoraUniversidade Federal do MaranhãoSim
Dr. Emanoel Gomes de Moura - Presidente da Banca ExaminadoraUniversidade Estadual do MaranhãoSim
Dr. Heder Braun - Membro da Banca ExaminadoraUniversidade Estadual do MaranhãoSim
Dr. Milton Kanashiro - Membro da Banca ExaminadoraEMBRAPASim
Palavras-ChavesFloresta ripária, serviços ecossistêmicos, regulação hidrológica, estoque de carbono, degradação, restauração, população local, participação.
ResumoRESUMO: As florestas ripárias provêem serviços ecossistêmicos essenciais para o ser humano, mas a degradação e o desmatamento dessas florestas é recorrente na Amazônia Oriental com graves prejuízos sociais e ambientais. Os objetivos deste estudo foram (1) avaliar o efeito da degradação da floresta sobre a vegetação, o solo e serviços ecossistêmicos-chave (regulação hidrológica, controle da erosão, estoque de carbono e suporte vital); (2) compreender os fatores socioeconômicos relacionados ao processo de degradação; e (3) propor um plano de restauração participativa integrando informações ecológicas e etno-botânicas. Para o diagnóstico ecológico da degradação (objetivo 1), foram identificados quatro níveis de degradação (muito alta, alta, média e baixa), em duas bacias hidrográficas (rios Pepital e Grande) e instaladas 24 parcelas permanentes de 1.000m² (três repetições de cada nível de degradação em cada bacia hidrográfica). Nessas parcelas foram avaliados a vegetação, o solo (propriedades físicas, texturais e químicas), o estoque de carbono e a taxa de infiltração de água. Para o levantamento social e etnobotânico (Objetivos 2 e 3), a população local de sete agrovilas que usam ou usaram o Rio Pepital foram entrevistadas para documentar a história, o modo de vida e percepções em relação às mudanças ambientais (n = 79) e especialistas locais foram consultados sobre as espécies florestais e seus usos (n = 19). Quanto maior o nível de degradação da floresta maior é o impacto sobre a estrutura da vegetação, estoque de carbono, características químicas do solo (carbono, fósforo e capacidade de troca catiônica), texturais (aumento areia grossa e diminuição da proporção de silte) e físicas (densidade, porosidade, umidade), assim como sobre a taxa de infiltração de água. A degradação da vegetação explicou a variação das propriedades do solo ligados à regulação hidrológica (72,7%), controle de erosão (61,9%) e de suporte de vida (78,3%). O estoque total de carbono nas florestas mais conservadas variou entre 88 e 202 Mg C ha-1 e a degradação reduziu o estoque de carbono em todos os compartimentos (até 97% em biomassa acima do solo, até 91% de necromassa, e até 47% em solos). Nossos resultados reforçam a necessidade de conservar e restaurar florestas ripárias porque a estrutura da vegetação influencia muito a provisão de serviços ecossistêmicos essenciais. As comunidades locais mostraram um forte conhecimento empírico sobre os problemas ambientais do rio e suas causas, consequências e possíveis soluções. A agricultura de corte-e-queima é a principal fonte de subsistência, mas também o principal fator para a degradação da floresta. Dessa forma, abordagens de restauração devem transformar problemas em soluções, empoderando a população local. O modelo deve ser concebido coletivamente e incluir espécies de valor ecológico, cultural e socioeconômico. Em comunidades carentes da Amazônia, restauração florestal deve ser um processo que combina ganhos ambientais e sociais.
AbstractRiparian forests provide essential ecosystem services for humanity, but Forest degradation and deforestation are recurrent phenomena in Eastern Amazon region with serious social and environmental loss. Our objective was to (1) evaluate the effect of forest degradation on vegetation, soils and key-ecosystem services (hydrological regulation, erosion control, carbon stock and life-supporting); (2) understand the socioeconomic factors underlying degradation process; and (3) propose a participative restoration plan integrating ecological and ethno-botanical information. For the ecological diagnosis (objective 1), four levels of forest degradation were identified (very high, high, medium, and low) in two watersheds and 24 1,000m2 permanent plots (three replicates of each degradation level at each watershed) were set up. On those plots, vegetation characteristics, soil properties (physical, textural and chemical), carbon content and water infiltration rates were evaluated.For the social and ethno-botanical research (obj. 2 and 3), local populations from seven villages that use or have used the Pepital River were surveyed to document history, livelihood and perceptions toward environmental changes through semi-structured interviews (n=79),ethno-botanical information (free lists) were assessed by local specialists (n=19). Greaterriparian forest degradation levels had increasingly negative effects on vegetation structure,carbon stock, soil chemical (carbon, phosphorus, and cation exchange capacity), textural(increased coarse sand and decreased silt proportions) and physical (bulk density, porosity,moisture) characteristics as well as on water infiltration rates. Degradation of the vegetation explained the variation of soil properties linked to hydrological regulation (72,7%), erosion control (61,9%) and life-supporting (78.3%). The total carbon stock in the most conserved riparian forests ranged between 88 and 202 Mg(C) ha-1 and degradation significantly reduced carbon stock in all compartments. Our results reinforce the need to conserve and restore riparian forests as vegetation structure strongly influences the ecosystem services provision. The local population depends primarily on slash-and-burn subsistence agriculture to meet their needs. Interviewees showed a strong empirical knowledge about the environmental problems of the river, and of their causes, consequences and potential solutions. Slash-andburn agriculture is the main source of livelihood but also the main driver of riparian Forest degradation. Effective restoration approaches must transform problems into solutions by empowering local people. The model must be designed collectively and include species of ecological, cultural, and socioeconomic value. In deprived communities of the Amazon, Forest restoration must be a process that combines environmental and social gains.
Parceiros