Título | Estrutura, dinâmica e diversidade da vegetação do cerrado na transição Cerrado-Amazônia. |
Data da Defesa | 23/03/2017 |
Download | Em sigilo |
Banca
Examinador | Instituição | Aprovado | Tipo |
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Dra. Beatriz Schwantes Marimon | Universidade do Estado do Mato Grosso | Sim | Presidente | Dra. Imma Oliveras - Membro da Banca Examinadora | Oxford-UK | Sim | | Dra. Renata Dias Françoso Brandão - Membro da Banca Examinadora | Universidade de Brasília | Sim | | Dra. Sophie Fauset - Membro da Banca Examinadora | Leeds-UK | Sim | | Dr. David Robert Galbraith - Membro da Banca Examinadora | Leeds-UK | Sim | | Dr. Oliver Lawrence Phillipe - Presidente da Banca Examinadora | Leeds-UK | Sim | |
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Palavras-Chaves | Diversidade-biomassa;riqueza de espécies;conservação |
Resumo | Menos da metade dos dois milhões de quilômetros quadrados da vegetação original do Cerrado ainda permanecem em pé, e boa parte da vegetação remanescente encontra-se sob constante pressão antrópica. Iste é o caso na zona de Transição Cerrado-Amazônia, para a qual unidades de conservação formais para proteger essencialmente o Cerrado está em falta. Neste estudo, objetivamos descrever e entender a sucessão de espécies, estrutura, diversidade e composição de espécies da vegetação do Cerrado desta zona altamente ameaçada. Primeiro, avaliamos a dinâmica da composição de espécies lenhosas em três áreas de cerrado sensu stricto (1,5 hectare) dentro de intervalos de tempo que variaram de dois a 11 anos; encontramos que espécies típicas de savana estão sendo substituídas por espécies florestais. Segundo, utilizamos 21 parcelas de 1 hectare na Transição Cerrado-Amazônia (TR) e 20 na área core (AC) do bioma Cerrado para comparar os principais parâmetros estruturais (altura das árvores, área basal e biomassa acima do solo, ou AGB), e métricas de diversidade entre as áreas. Aqui, avaliamos também os efeitos da temperatura e precipitação sobre estes parâmetros, bem como a relação entre diversidade de espécies vs. AGB. Encontramos que os cerrados da TR estocam substancialmente maior AGB que a AC e há evidências de que temperatura mais alta e a maior precipitação são determinantes desta diferença. Em contraste, a diversidade alfa foi similar nas duas regiões. Também não encontramos relação positiva entre diversidade e biomassa e isso tem implicações para medidas de conservação, dado que as áreas com maior biomassa e valor para a compensação das emissões dos gases de efeito estufa não são geralmente aquelas com maior diversidade. Por último, comparamos a composição de espécies entre as duas regiões (AC e TR) e avaliamos a relação entre a distribuição das espécies e variáveis topográficas, climáticas e do solo a fim de entender as razões da dissimilaridade. Nossos resultados mostraram que os cerrados típicos da TR são floristicamente diferentes daqueles que ocorrem na área core e que muitas espécies tem distribuição preferencial ou exclusiva em uma ou outra região. No geral, o fato do cerrado típico da Transição possuir ambos maior biomassa e composição de espécies diferente, ao mesmo tempo em que é fragmentado e desprotegido, revela a importância e urgência de melhorar as ações de conservação nesta região. |
Abstract | Less than half of the original two million square kilometers of the Cerrado vegetation still remains standing, and much of the remaining vegetation is under constant anthropic pressure. This is the case in the Cerrado-Amazonia Transition zone, which essentially lacks any formal conservation units protecting Cerrado. In this study, we aimed to describe and understand the species succession, structure, diversity and species composition of cerrado vegetation of this highly threatened zone. First, the woody species composition dynamics in three area of cerrado sensu stricto (1.5 hectare) was evaluated over time intervals ranging from two to 11 years; we found that typical savanna species are being replaced by forest species. Second, we used 21 one-hectare plots in the Transition Cerrado-Amazonia (TR) and 20 in the core area (AC) of Cerrado biome to compare key structural parameters (tree height, basal area, and above-ground biomass, or AGB), and diversity metrics between the areas. Here, we also evaluated the effects of temperature and precipitation on these parameters, as well as quantifying the species diversity vs. AGB relationship itself. We found that the TR cerrados store substantially more biomass than the AC, and indications that their higher temperatures and greater precipitation are determinants of this difference. By contrast, alpha diversity was similar in the two regions. We also found no evidence of a positive relationship between species diversity and biomass and this has implications for conservation measures, given that the areas with highest biomass carbon and value for the compensation of greenhouse gas emissions are often not those with the greatest diversity. Finally, we compared the species composition of cerrado vegetation between the two regions (AC and TR), and evaluated the relationship between species distribution and topographic, climate and soil variables to understand the reasons of the dissimilarity. Our results showed that the typical cerrado of the TR is floristically distinct from cerrados of the AC, and that many species have preferential or exclusive distribution to one or other region. Overall, the fact of the typical cerrado of Transition having both greater biomass and different species composition, while being fragmented and largely unprotected, reveals the importance and urgency of improving conservation actions in this region. |